Por mais que eu procure, não encontro algum adjetivo que não seja também uma hipérbole para, qualificar o que as redes sociais significam para nosso tempo. Se a internet aproximou as pessoas, com ferramentas como email e mensageiros instantâneos, as redes sociais nos deixaram a uma citação (ou cutucada) de distância. Todos falam com todos o tempo todo, sobre tudo.
E isso pode ser perigoso!
Veja por exemplo o caso de Justine Sacco, que embarcou para a África como executiva chefe de comunicações de uma empresa que fatura US$3 bilhões por ano, a IAC, e chegou ao seu destino sete horas depois desempregada. Tudo isto graças a um tweet que viralizou fortemente.
Ou seja, todos os trinta anos de vida de Justine foram reduzidos, e passaram a ser representados, por um tweet de apenas 65 caracteres, nada mais do que ela havia feito importava, sua vida profissional foi destruída.
Não vou entrar no mérito da questão, mas posso dizer que o caso de Justine não é o único, alguns anos atrás, o diretor de uma empresa de tecnologia aqui no Brasil, foi demitido por de fazer um comentário preconceituoso contra os torcedores do time que a própria empresa patrocinava.
Vão então algumas dicas…
- Não compartilhe NADA sem ter certeza da veracidade, e idade, do conteúdo. MUITA gente tenta fazer os outros de bobo, tentando induzir ao compartilhamento de conteúdo antigo ou falso.
- Acredite, quanto mais absurda for a notícia, maior a probabilidade dela ser falsa!
- Nunca publique NADA quando estiver com raiva. Lembre-se todos têm o direito à livre expressão, e o dever de arcar com as consequências disso… (com raiva? Escreva e apague em seguida, não publique).
- Não seja ambíguo. Se algo puder ser mal interpretado, SERÁ.
- O Twitter não é um local para desenvolver pensamentos longos, use o Facebook, Medium ou até mesmo um vídeo no Youtube, e compartilhe no Twitter.
- Evite ser irônico ao escrever. Por ser sutil, a ironia é sempre muito difícil de transmitir por escrito e é comumente má interpretada. O sarcasmo é um pouco mais prático de usar.
- Discuta e argumente assuntos, e não a pessoa com quem você está discutindo, ou seja, não leve para o lado pessoal, e deixe quem age de tal maneira falando sozinho (não tenha medo de bloquear).
- Estude um pouco sobre as formas de falácia, o item anterior é uma dela, saiba identificá-las quando forem usadas contra você, isso ajuda a evitar perda de tempo discutindo com quem não vale a pena.
- Se você for reclamar de um estabelecimento comercial, faça-o RELATANDO o que houve entre vocês dois, você pode adjetivar/qualificar o produto ou serviço, é um direito seu, mas não adjetive o estabelecimento ou funcionários, para não recair no crime de difamação (também evite usar a marca gráfica – logomarca ou logotipo – estabelecimento, eles podem reclamar violação de direitos de marca).
- Um dos crimes mais comuns, cometido por pessoas comuns, é o da difamação. O que muita gente não sabe, é que mesmo que algo seja verdadeiro, como por exemplo “X” é um bandido, ao dizê-lo, você estará difamando “X”. É deste crime que derivam as maiores dores de cabeça para usuários de redes sociais. Leia um pouco sobre o assunto.
E uma dica de ouro, para o autoconhecimento.
Criei um documento no Google Docs (ou qualquer ferramenta que salve texto automaticamente), e quando estiver com raiva, escreva lá, como catarse, faça-o sem restrições, sem filtros, e nunca compartilhe. Depois marque a data, hora e o link do que motivou aquele texto. Pelo menos uma vez por mês leia estas catarses, o seu ‘eu’ normal, conhecerá melhor o seu ‘eu’ raivoso… Vale a pena.
Enfim, tudo pode ser dito, o segredo é encontrar a forma correta de fazê-lo. 😉
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