Para todo empreendedor, uma coisa é certa: estabilidade e saúde financeira são parceiros que andam lado a lado. Quando você tem total controle sobre os seus investimentos, saída e entrada de dinheiro, fluxo de caixa e estoque, as chances de ter um bom retorno são muito maiores. Porém, existe outro termo que você deve ficar de olho, o Capital de Giro.
Com esse recurso, você garante que não falte dinheiro para transações importantes como pagamento de funcionários, quitação de acordos com fornecedores ou compra de produtos, mantendo assim a sobrevivência da sua empresa. Compreender como utilizá-lo a favor do seu negócio é de toda importância.
Quer saber mais sobre esse assunto? Preparamos um conteúdo com dicas que você pode aplicar na sua empresa. Veja a seguir!
O que é o Capital de Giro?
Conhecido também como Capital Circulante, ele refere-se ao montante de dinheiro que serve para custear as despesas do dia a dia da empresa e refere-se à diferença entre o que você deve e o que tem de crédito na sua conta, em outras palavra, o valor que sua empresa precisa para operar. Ainda não ficou tão claro?
Bom, no seu negócio existem dois tipos de investimentos: o Investimento Fixo, que serve para a compra de materiais, equipamentos, imóveis e outros bens tangíveis; e também o Capital de Giro, que é o dinheiro que você tem para investir e suprir as necessidades financeiras da sua empresa. Este último, refere-se ao dinheiro que entra no caixa, banco e pagamentos a receber para aplicar no ativo da empresa, ou seja, “fazer o dinheiro girar”.
Exemplo – Sua loja de informática possui R$ 90 mil em atividades circulantes e R$ 60 mil em passivos circulantes. Assim, o seu Capital de Giro compreenderá R$ 30 mil. Porém, se os passivos fossem maiores, R$ 100 mil, por exemplo, você precisaria de R$ 10 mil para repor esse Capital.
Ele está diretamente ligado ao cenário que sua empresa está vivendo. E resguardar o seu bom funcionamento pode garantir boas chances de crescimento.
Exemplos de ativos e passivos circulantes
- Ativos circulantes: estoque, dívidas de terceiros de curto prazo, dinheiro em caixa, acréscimos de proveitos e etc;
- Passivos circulantes: Fornecedores ou duplicatas a pagar, Empréstimos bancários, títulos a pagar, salários e impostos.
Qual a importância do capital de giro para um negócio?
Como falado acima, essa ferramenta tem como principal função garantir que a empresa continue investindo e se sustentando por meio de reservas de recursos de rápida renovação, que para serem registrados devem ser analisado aspectos como pagamentos, estoque, prazos e etc. Tudo isso dentro de uma estratégica gestão financeira.
A má administração desse recurso pode acarretar em problemas como dívidas, descumprimentos de entregas ou até falência do seu empreendimento, levando em consideração que, pela falta do Capital Circulante em uma situação emergencial, o empresário pode recorrer a bancos e não conseguir arcar com as parcelas.
Um exemplo sobre capital de giro:
Cecília estava indo bem nos seus negócios de venda de produtos de informática. Porém, com a crise gerada pelo COVID-19, se viu em uma situação crítica pois não tinha planejado seu Capital de Giro. Como saída para pagar suas contas, precisou recorrer a um empréstimo de banco. Com juros altos das parcelas, ela teve grandes dificuldades para pagar.
Para não cair esse problema é necessário registrar todos os inadimplentes, conferir toda documentação e negociar prazos. Tudo para evitar juros e contas que você não conseguirá pagar.
Qual a diferença entre Capital de Giro e Patrimônio?
Lendo até aqui, você deve ter pensado “enquanto ao Patrimônio? É a mesma coisa de Capital de Giro?”. Bom, conceitualmente os termos são bem semelhantes, porém, saber identificar a diferença entre esses dois é crucial para melhorar a sua gestão de recursos.
De forma resumida, o Capital de Giro representa o montante que a empresa tem para investir, podendo englobar também créditos e bens móveis e imóveis.
Já o Patrimônio engloba todos os bens (equipamentos, estoque ou dinheiro), obrigações (contas e empréstimos), e direitos financeiros (contas a receber e seguros) de um indivíduo.
Vale reforçar também que o patrimônio de uma empresa não deve ser vinculado ao patrimônio próprio de um chefe ou de outra empresa, ainda que ambas sejam do mesmo grupo.
Capital Circulante para técnicos de informática e lojistas
Nesse tópico vamos explicar um pouco como essa ferramenta pode auxiliar profissionais autônomos, especialmente técnicos de informática e lojistas. Vamos lá?
Tudo que técnicos de informática precisam saber sobre capital de giro:
Se você é técnico de informática, fique bem atento a este tópico, pois o recurso também é de grande relevância para a sua empresa. Para continuar atendendo com qualidade e ter mais oportunidades para expandir os seus negócios, contar com um Capital de Giro trás grandes benefícios.
Com ele, você poderá ter um melhor controle sobre quanto precisa para chegar ao fim do mês sem aperto, quanto é possível comprar de fornecedores sem ficar no vermelho ou devendo e também dentro de quanto tempo é possível ter um bom retorno financeiro levando considerações pagamentos parcelados e/ou no cartão.
Vamos ao exemplo!
Henrique é autônomo e atende a domicílio fazendo conserto de computadores. Para manter seus estoque completo, ele comprou novas peças. Até que receba uma solicitação, este é um investimento parado na empresa e precisa de uma fonte.
Ao fazer um atendimento, utilizar seu material para o conserto e ser pago, ele fez seu capital girar. Porém, o cliente pagou no cartão e levará 30 dias para que de fato Henrique possa retirar seu dinheiro.
Neste contexto, vimos que que os itens do Patrimônio e Ativo Circulante foram essenciais para o bom funcionamento das atividades de Henrique, ou seja, o Capital de Giro cumpriu o seu papel.
E os lojistas de informática?
Com lojistas de informática, a lógica é semelhante. O objetivo continua sendo a o melhor aproveitamento das finanças da sua empresa. Além do que foi citado acima, para melhorar os resultados com este recurso, algumas atitudes devem ser tomadas, como:
- Negociar ou renegociar dívidas, buscando pagar o menor valor possível de parcelas e juros;
- Registrar todos os inadimplentes, saída e entrada de dinheiro;
- Procurar reduzir custos ou rentabilizar processos;
- Antecipar pagamentos a receber.
Como é feito o cálculo desse capital?
Compreender o que é esse capital foi fácil, não foi? E Calculá-lo é ainda mais simples! Para fazer a conta, segundo o SEBRAE, você deve somar seus Ativos Circulantes (todas as contas a receber + o valor que possui em estoque) e subtrair com os passivos circulantes (contas a pagar + o valor a pagar em despesas e impostos).
Segue a fórmula:
CGL (Capital de Giro Líquido) = AC (Ativo Circulante) – PC (Passivo Circulante)
Agora vamos fazer esse cálculo utilizando números fictícios para ficar mais fácil de entender. Veja:
Supondo que seu AC é R$ 11.200 e seu PC R$9.000. A conta do seu CGL será:
CGL = R$ 11.200 – PC R$9.000
CGL = R$ 2.200
Com tudo isso pronto, é hora de aplicar seu novos conhecimentos no seu negócio.
Por onde começar na empresa minha empresa?
Agora que já sabe como funciona este recurso, veja também como aplicar no dia a dia da sua empresa em um passo a passo simples. Você pode utilizar essa estratégia junta às técnicas que ensinamos no nosso artigo de Planejamento financeiro: guia do controle nas finanças para técnicos e lojistas de informática.
- Passo 1: Registre todos os pagamentos – dinheiro, transferência, boleto, cartão ou bitcoin e recebidos.
- Passo 2: Crie processos que auxiliem na sua gestão, como: registro em planilhas, checklist, controle de emissão de notas e apuração periódica dos resultados.
- Passo 3: Treine sua equipe para seguir processos. Você pode contratar assessorias, cursos onlines, webnars ou eBooks sobre finanças.
- Passo 4: Confira seu fluxo de caixa todo final de mês, fazendo também conciliação bancária para maior exatidão, que consiste no cruzamento de informações dos seu controle financeiro com o extrato bancário. Existem várias ferramentas digitais que facilitam muito seu trabalho nessas atividades.
- Passo 5: Aplique a fórmula que ensinamos anteriormente.
Conclusão
Neste artigo você aprendeu a importância do Capital de Giro e está mais preparado para não só investir, mas sim fazer o melhor negócio para a sua empresa e otimizar seu resultados. Mais que faturar, é necessário fazer uma gestão financeira inteligente. E você está pronto para isso!
Curtiu o artigo? Comente aqui sua dúvida ou sugestão. Aproveitamos também para convidá-lo a ler outros artigos do nosso blog, temos muita informação bacana para te ajudar.
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