Uma das batalhas mais importantes para a privacidade de dados está começando u a ser travada nos EUA, e tem de um lado uma das maiores empresas do mundo, a Apple, e do outro o FBI, a polícia federal norte americana.
É preciso, entretanto, explicar algumas coisas antes de entrar na questão propriamente dita.
Na década de 1970, foi criado um sistema de criptografia chamado assíncrono. Nele, uma chave pública é utilizada para cifrar um arquivo, e uma chave particular, criada pelo usuário e que apenas ele deve conhecer, é utilizara para decifrar.
Este é um sistema extremamente seguro de proteção de dados, porque não importa quantas pessoas saibam a sua chave pública, só quem tiver a chave particular será capaz de acessar ao que for protegido. Já há alguns anos, sistemas operacionais móveis como Android e iOS trabalham com a possibilidade de o usuário criptografar seu telefone, mais recentemente, a Apple passou a vender os telefones criptografados por padrão, ou seja, caso alguém tenha acesso ao aparelho em si, ou até mesmo aos dados extraídos de sua memória, não conseguirá decifrá-los.
Acontece que o atirador que matou algumas pessoas em São Bernardino (Califórnia), em dezembro de 2015, usando armas automáticas compradas legalmente, tinha um iPhone, que estava criptografado e foi encontrado pela polícia. Claro, o fato de alguém poder comprar uma quantidade absurda de armas e munições, não faz o governo do país subir uma sobrancelha, mas o fato de o telefone ser inacessível, aparentemente, é inaceitável.
O FBI pediu, então, que a Apple que criasse um ‘backdoor’, uma falha proposital que possa ser utilizada para que o Governo do país para acessar dados protegidos em iPhones. A Apple negou-se a fazer tal coisa, em uma entrevista à NPR, Tim Cook, CEO da empresa, explicou uma verdade fundamental sobre backdoors: apesar de serem falhas propositais, o backdoors continuam sendo falhas, e falhas podem ser exploradas também por indivíduos mal-intencionados.
Como Tim Cook frisou, a segurança hoje é incluída nos produtos Apple desde seu design, é algo primordial, e a empresa demonstrou que está disposta a lutar até o fim para não ser obrigada a violar desta forma a privacidade de seus usuários.
Ponto para a Apple, e torçamos por sua vitória.
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