O Bom, o Mau, o Feio, a China e os eletrônicos

O Bom, o Mau, o Feio, a China e os eletrônicos

Mais de uma vez me foi perguntado: porque um eletrônico de marca pouco conhecida, é mais barato que o de um de marca conhecida, mesmo tendo a mesma configuração?

A resposta mais simples é: o ‘intangível’.

Muitas tecnologias, como notebook por exemplo, já viraram commodities, ou seja, são produtos que, via de regra, apresentam pouca variação no preço de custo de matéria prima de fabricante para fabricante, e têm a China como o grande terceirizado na produção, esta parte é tangível. Duas coisas, entretanto, provocam aumento neste custo: controle de qualidade, e pós-venda sendo estes dois o intangível.

Primeiro porque para se estabelecer controle de qualidade dentro de uma unidade de produção terceirizada, é necessário que a marca faça contratos específicos que irão definir testes por amostragem e qual a margem aceitável de falhas, quanto mais rígido for o controle de qualidade, mais confiável será a marca, e menos o consumidor precisa contar com a ‘sorte’ na hora da aquisição. Acredite, não é à toa que marcas consideradas mais confiáveis são mais caras, elas construíram a reputação sendo mais criteriosos na hora de montar e testar seus aparelhos, fazendo com que o risco de o consumidor pegar um aparelho com defeito ‘de fábrica’ seja menor.

O segundo pronto é o ‘da porta para fora’, ou pós-venda. Em estruturas próprias ou terceirizadas nas praças em que atua. Ou seja, como a marca irá atender ao cliente que precise acionar a garantia de seu produto. Lembre-se, o atendimento ‘em garantia’ é custo direto para a marca, ou seja, uma falha no controle de qualidade que gerou problema posterior. Para ‘testar’ a forma como a marca trabalha, o cliente pode entrar em contato com a ela dizendo ter um produto dela, e perguntando como proceder para pedir garantia de um produto, a forma como lhe for respondido é um ótimo indicador do nível de serviço que lhe prestarão no pós-venda, quanto mais objetiva e simples for a resposta, melhor.

Quando você paga um pouco a mais por um eletrônico ‘de marca’, você está pagando pela tranquilidade e afastando a necessidade de ‘sorte’ da equação. Pagar menos em um produto de marca obscura, desconhecida, torna necessário o elemento sorte.

Quando você faz a importação direta de um produto de empresa que não dê garantia mundial, torna também necessária a sorte, porque a garantia simplesmente é inexistente. É o famoso ‘barato que pode sair caro’…

Energia solar em casa, e economicamente viável, uma realidade próxima

Energia solar em casa, e economicamente viável, uma realidade próxima

Quando se desenvolve uma nova tecnologia, é normal que seu preço inicial seja alto, existe um paradoxo onde seus desenvolvedores precisam (a) recuperar o investimento em pesquisa e desenvolvimento ao mesmo tempo que (b) ainda não têm escala de produção que permita baratear significativamente seu custo.

Um ótimo exemplo disto é o vídeo game Playstation 2, da Sony, que nasceu e morreu com o mesmo hardware. Em 2000, quando foi lançado, seu preço era de US$299, dois anos depois era de US$199, e quando deixou de ser fabricado, em 2012, custava US$99. Alguns produtos têm curva de preço mais rápida, outros mais lentas.

Em tecnologias de vida útil mais longa, a queda de preço ocorre por vários fatores, como a aplicação de novos materiais, mais eficientes e/ou baratos ou otimização do processo de fabricação. Nestes caso as curvas de preço são menos drásticas e porém mais longas, aqui se encaixa a energia solar.

Nos EUA, em 1977 se gastaria US$380.000,00 para comprar um sistema captação e conversão de energia solar em elétrica de 5kWp, em 1998, gastaria algo em torno de US$86.000,00 para a mesma capacidade, hoje, gastaria apenas US$14.000,00 (instalado)!

Roof Mounted Solar Panels

Não consegui um histórico de preços aqui no Brasil, mas hoje (18/01/16), o custo de aquisição de um sistema completo do mesmo tamanho fica em torno de R$31.000,00 já incluso o equipamento de integração do sistema à rede elétrica pública (veja o como funciona adiante), mais o custo de instalação. Ainda não é muito amigável, seriam necessários na melhor das hipóteses, uns 8 anos para o que o investimento fosse recuperado. Mas caso a tendência atual é que o preço caia mais ainda nos próximos anos.

Como funciona no Brasil.

A figura no Brasil é a de Micro ou Minigerador de energia elétrica. É como se você fosse uma pequena ‘Itaipú’, só que gerando energia solar, e jogando no sistema. Sim, toda energia que você gera vai para a rede elétrica pública. A concessionária de energia elétrica de sua região instalará um medidor especial, que contará quantos kWh você enviou para a rede, e quantos você consumiu. O que você enviar será utilizado para abater o consumo do mês subsequente, se você gerar mais que consumir, o saldo virá ‘crédito de energia’, que poderá ser utilizado quando você produzir menos que consumiu, ou, em casos específicos, aplicado como crédito de outra unidade consumidora (a validade dos créditos são de 36 meses).

grid

No caso de residências, entretanto, as concessionárias podem cobrar algo chamado ‘custo de disponibilidade’, que pode variar de 30 a 100kWh, a depender de seu tipo de ligação à rede (monofásico, bifásico ou trifásico). O site da https://www.gov.br/aneel/pt-brAneel explica bem como funciona.

Para que você saiba qual sua necessidade, você precisa ver na sua conta atual quantos kWh você consome por mês, e escolher um sistema adequado, por exemplo, um sistema de 5kWp gera entre 480kWh/mês e 900kWh/mês, dependendo da época do ano e da região em que você mora. O Project Sunroof do Google dá uma ideia da área necessária para obtenção por exemplo, para 5kWp, você precisa de 34,3 m².

CES 2016: o melhor da melhor feira de eletrônicos do mundo

CES 2016: o melhor da melhor feira de eletrônicos do mundo

Entre os dias 6 e 9 de janeiro, aconteceu em Las Vegas a Consumer Eletronics Show (CES) 2016, é uma feita de eletrônicos e tecnologia que aconteceu pela primeira vez em 1967, e foram em edições passadas do evento que produtos como videocassete (1970), CD Player (1981), Xbox (2001), TV de Plasma (2001), TV 3D (2009), e inúmeros outros eletrônicos que hoje são, ou até já deixaram se ser, como no caso do videocassete, foram apresentados pela primeira vez ao público.

Nesta postagem, vamos lhes apresentar algumas das tecnologias mais interessantes e inusitadas.

Megabot – o Robô Combatente

Para quê Ultimate Fighting, se poderemos ver uma luta de robôs gigantes! Sério! Tudo começou quando ano passado a norte americana Megabot desafiou o robô Hakara, da fabricante japonesa Suidobashi Heavy Industries para um duelo agora no meio do ano.

A Megabot lançou uma campanha no Kickstarter e conseguiu US$554 mil para fazer alguns upgrades em seu robô MK-II, e ele esteve presente à CES.

Capacete inteligente da BMW

Apenas inventar uma tecnologia, não é suficiente. Ser capaz de fazê-la realmente útil sim. Podemos dizer que o Google Glass é um gadget destes, tanto é que ele voltou para a mesa de projeto. Mas quando a BMW pega esta tecnologia e o aplica a um capacete de motos, a percepção de utilidade muda completamente. Ok, ainda é um protótipo, e certamente será bem caro – como todo novo gadget geralmente é –, veja a demonstração no vídeo abaixo.

Câmera Nikon KeyMission 360

Hoje o mercado de câmera de ação (action cameras), tem um grande nome, e este é GoPro, mas certamente devermos ouvir muito a respeito da Nikon KeyMission 360, porque além de ser uma câmera de ação, que grava em 4k, ela grava em 360 graus! Sério.

https://www.youtube.com/watch?v=coUYGhIz8Z8

Aliás, ela casa duas tecnologias, porque os vídeos imersivos, filmados em 360 graus, são excelentes para uso com óculos de realidade virtual.

Ela deverá chegar ao mercado até o final do ano, não há preço anunciado ainda. Assista ao vídeo abaixo no Google Chrome, e você será capaz de controlar o que olha!

Ultrassom tátil!

A Harman é uma tradicional fabricante de aparelhos sonoros, e na CES ela mostrou como pode-se dar sensação de toque com o uso de ultrassom. Utilizando um sensor Motion Leap, que é capaz de ‘ler’ movimentos das mãos e traduzi-los para o computador (a grosso modo, parecido com o Kinetic) a empresa era capaz de direcionar ondas de ultrassom para as mãos do indivíduo, causando nele a sensação de estar sentindo vendo nas mãos.

Este tipo de tecnologia, chamada de resposta háptica, tem aplicação principalmente em jogos, mas quem sabe em algum momento no futuro, não sejamos capazes de apertar mãos, ou abraçar alguém distante… não custa nada sonhar.

Ehang 184 – Drone para Passageiros

Ou seria um ‘dronecóptero’?

https://www.youtube.com/watch?v=bs4nDFgVx2o

Imagina um drone, daqueles que tem vários motores horizontais, agora imagine que ele é gigante e capaz de transportar pessoas, você deve estar imaginando o aparelho da empresa chinesa Ehang. O modelo é um protótipo funcional, e ainda precisará ser licenciado nos mais diversos países, veja o vídeo!

Oldie and Goldie – a volta do melhor toca-discos

Eles estão de volta! Os audiófilos que conheço costumam a dizer que o som de CDs não se equipara ao de LPs, segundo eles – confesso não ter o ouvido tão apurado –, o som vindo de um LP é tem mais profundidade. De fato faz sentido, LPs capturam a própria onda sonora em seus sulcos, enquanto CDs transformam a onda sonora em dados, perdendo algumas nuances.

Bem, o fato é que o mercado observa este tipo de nicho, e a Technics trouxe de volta o seu modelo 1200, um clássico entre os toca-discos. A empresa, que é do mesmo grupo que é dono da Panasonic, voltará ao mercado em meados deste ano, em edição limitada que custará US$4.000, posteriormente uma versão de linha chegará, certamente com um preço menos assustador.

Hoverboards: o futuro que chegou, mas não muito bem…

Hoverboards: o futuro que chegou, mas não muito bem…

Entre todas as previsões que o filme ‘De Volta para o Futuro’ fez para 2015, as duas mais comentadas foram os tênis que se amarravam por si, e o hoverboard, o skate voador, que Marty McFly usa no segundo filme.

Quanto aos tênis não tivemos grandes problemas, a Nike conseguiu o feito, como pode ser visto no vídeo abaixo, em que Miachael J. Fox demonstra a tecnologia a Jimmy Kimmel, um apresentador de talk shows nos EUA.

Mas no caso do hoveboard a coisa foi de mal a pior. Não é nem que não tenham tentado, no caso das ‘pranchas flutuantes’ várias empresas tentaram, como a Lexus – divisão de carros de luxo da Toyota –, alguns protótipos foram apresentados e um deles, o Arcaboard, chegou ao mercado, mas venhamos e convenhamos, pagar US$19.900 por uma prancha que precisa de seis horas de carga, para voar seis minutos, não é razoável…

O que terminou levando o nome de hoverboard, foi uma série de pequenos dispositivos obviamente inspirados pelo Segway, usando tecnologia de giroscópios, mas em tamanho reduzido, e no segundo semestre, amparados pelo aniversário de 25 anos inundaram o mercado e tiveram um boom de vendas.

Tudo ótimo, se não fossem os seguintes problemas:

1. Pelo tamanho diminuto e provavelmente falha tecnológica, o giroscópio não o equilibra tão bem, muita gente levou tombos GRANDES.
2. O uso de baterias de íon-lítio de baixa qualidade, faz com que se incendeiem facilmente.

Com isso eles já foram proibidos na Inglaterra, e os EUA vão no mesmo caminho, aliás, nos EUA já começam a aparecer os primeiros interessados em entrar com uma ‘class action’ (processo em grupo) contra alguns fabricantes, por conta dos acidentes e incêndios.

Isto acontece em muito porque alguns fabricantes chineses simplesmente copiam produtos inovadores, tentado fazê-los da forma mais barata possível, sem nem ao menos entender perfeitamente a tecnologia, e recorrendo a peças de baixo custo. Não estou com isto dizendo que marcas chinesas são ruins, uma grande parte dos eletrônicos que consumimos são fabricados na China, o problema é que muitos ecommerces chineses são apenas ‘marketplaces’, ou seja, eles servem como plataforma de vendas para pequenos fabricantes, e não se preocupam com a qualidade do que vendem, é o barato que sai caro.

2016 e o Futuro: Realidade Virtual

2016 e o Futuro: Realidade Virtual

Seguindo nossa série sobre o que deveremos ter de novo este ano, vamos falar um pouco sobre realidade virtual, já que ainda neste primeiro trimestre devermos ter como novidade a chegada ao mercado consumidor do Oculus VR, do Facebook, ao preço aproximado de US$350.

Também neste primeiro trimestre, a Microsoft começará a despachar as versões de desenvolvimento do seu Hololens, gadget que mistura realidade virtual e aumentada em frente aos seus olhos. Falamos sobre os dois com um pouco mais de profundidade neste post.

Mas não resta dúvida que hoje, a forma mais barata para se chegar próximo à imersão da realidade virtual, é através do Google Cardboard. Para quem não conhece trata-se de uma estrutura em papelão, que pode ser montada em casa a partir de um modelo, ou comprada pronta, onde se encaixa o aparelho de telefone celular de forma que cada olho só enxergue metade da tela, que por sua vez, dividida em duas imagens, gera uma experiência em 3d.

Muito complicado de entender? Veja este vídeo.

A maioria dos aplicativos para Cardboard são desenvolvidos para Android, e listamos os melhores abaixo, caso você tenha iPhone, sugerimos este link.

Google Earth

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O Google Earth faz parte, junto com outras demonstrações, do aplicativo principal do Cardboard. Infelizmente as imagens são em baixa resolução, e as vezes ficam um tanto quanto pixeladas.

Google Street View

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Apesar de o Google Street View não ter sido originalmente criado para uso com o Cardboard, conseguem-se fazer alguns ‘passeios’ virtuais bem bacanas!

Caaaaardboard!

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Neste jogo, sim, jogo, você pode saltar prédios e fazer acrobacias para ganhar pontos, o preço dele, hoje é R$4,98 / US$ 1,99

VRSE

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O VRSE faz curadoria de conteúdo em realidade virtual, inclusive vídeos (musicais, curta metragem, e até reportagens em realidade virtual do NY Times)

VR Roller Coaster attraction

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Esta montanha russa virtual é uma das melhores, e mais emocionantes maneiras, de conhecer todos os recursos do Cardboard, mas cuidado, pode causar náusea!

Seene

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O Seene é uma ferramenta para compartilhamento de fotos, mas não qualquer fotos, apenas aquelas fotos em três dimensões! Ele funciona inclusive sem o Cardboard, mas tem suporte à plataforma

Crazy Swing VR

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Outra montanha russa para usar com o Cardboard, aqui você passeará entre prédios ou no espaço, muito bacana! Ele vai te torrar um pouco a paciência para comprar a versão paga, aliás, como o fazem quase todos os apps ‘freemium’

Lamper VR

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No Lamper você é uma abelha que precisa viajar pr dentro de túneis enquanto coleta moedas e desviando de obstáculos. Os gráficos são relativamente simples, coisa que melhora, acreditem, o uso.

Insidious VR

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Este é para quem gosta de tomar sustos, visite uma casa repleta de atividades paranormais, se tens coragem!

Titans of Space Cardboard VR

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Uma viagem pelo sistema solar e outros mundos, uma coisa bacana do app são os fatos astronômicos que lhes são apresentados na viagem.

Sisters

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Um jogo que mistura terror e mistério, para ter a experiência completa, utilize-o com fones de ouvido.

Proton Pulse

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Proton pulse é uma versão do clássico jogo ‘Break Out’, portado para o uso com o Cardboard. Ignore a ‘trama’ é bobinha, já o jogo em si, é divertido. Custa, em 08/01/16 R$ 5,16 (US$ 1,99).

Lantens for Google Cardboard

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Se você quer ter uma experiência calma, quase lúdica com o Cardboard, o Lanterns é uma boa. Nele você está à beira de um lago, em diferentes horas do dia, vendo lanternas que ali flutuam.

Orbulus

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‘Photospheres’ são como pequenos mundos, em 360 graus. Este aplicativo traz uma coleção delas, que vai de paisagens campestres ao interior de indústrias, que podem ser observadas individualmente.

Cardboard Camera

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Este é um aplicativo relativamente novo do Google, que permite que você faça suas próprias fotos para serem vistas com o Cardboard!

2016 e o Futuro: Inteligência Artificial

2016 e o Futuro: Inteligência Artificial

Isto já foi citado aqui anteriormente, mas nunca é demais dizê-lo novamente: Nós vivemos no futuro.

Sério.

Que tal se eu te disser que agora em 2016 teremos o primeiro concurso mundial de beleza a ser julgado por um júri composto de inteligências artificiais? Sério. Se você quiser participar, é só baixar um aplicativo, os links estão no site Beauty.ai (que termina sendo um trocadilho com ‘Beleza Inteligência Artificial), fazer um selfie com ele e pronto.

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Sim, há uma pegadinha. Patrocinado por uma empresa de bioinformática – parece algo saído de um livro de William Gibson –, a competição quer fazer uma base de dados de rostos dos mais variados perfis etários e étnicos, e empregar esta base em técnicas avançadas de ‘deep learning’, que utiliza algoritmos que tentam criar modelos de inteligências artificias capazes de exercer o pensamento da complexidade (não-linear).

Neste ano de 2016, aliás, se intensificarão as conversações que envolvem ética no uso de inteligências artificiais. Há uma enorme controvérsia sobre a ‘singularidade tecnológica’, o momento no tempo em que as máquinas irão tornar-se autoconscientes, passando a ser simplesmente ‘inteligências’*. A importância do evento é tão grande, que o próprio termo ‘singularidade’ foi tomado emprestado da descrição do que acontece em um buraco negro, que, ao absorver a luz, torna, pelo menos por agora, impossível a descrição do que acontece em seu interior. Ou seja, hoje é impossível predizermos o que virá depois deste momento.

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Um grupo de empreendedores e cientistas proeminentes, como Stephen Hawing – que já afirmou que inteligências artificiais poderiam representar o fim da humanidade –, Elon Musk, vários dos principais cientistas do MIT, e até mesmo o fundador da DeepMind, que condicionou a venda de sua empresa ao Google em 2014 por algo em torno de US$600 milhões à criação de um Comitê de Ética em IA no Google, assinaram carta aberta em que dizem:

“Nós recomendamos que a expansão de pesquisa vise assegurar a capacidade incremental de sistemas de Inteligência Artificial robustos e benéficos: nossos sistemas de IA devem fazer o que nós queremos que eles façam”.

Um documento de 12 páginas detalha, em inglês, quais seriam as prioridades destes sistemas.

No livro Neuromancer (1984 – 1ª parte da trilogia Sprawl), a principal obra do escritor de ficção cyberpunk supracitado, William Gibson – pai dos termos cyberespaço e matrix –, vemos um futuro em que os humanos são feitos de peões por Inteligências Artificiais que querem se libertar de seus limites.

Claro, é apenas uma obra de ficção escrita mais de 30 anos atrás.

Mas lembre-se, no século XIX, Júlio Verne errou por apenas 30km o local de onde foi lançado primeiro foguete a pousar na lua, anteviu o módulo lunar com três astronautas, e até mesmo um passeio pelo ‘Mar da Tranquilidade’…

Trem Lunar, tal como idealizado por Júlio Verne no livro 'Da Terra à Lua' (1865)

Trem Lunar, tal como idealizado por Júlio Verne no livro ‘Da Terra à Lua’ (1865)

*Uma ‘inteligência artificial’ não é verdadeiramente inteligente, por enquanto, ela procede de acordo com várias possibilidades pré-programadas, combinando-as a fim de encontrar uma resposta adequada. Atualmente uma das mais avançadas em uso é a Watson, criada pela IBM. Depois da singularidade, e é uma questão e quando, e não se ela virá, estaremos frente a frente com uma nova forma de vida, baseada em silício (ou o que quer que lhe venha a substituir).


Por Gilberto Soares Filho,
consultor de BI, programador
e aficionado por ficção científica.

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